Quando tratamos de média tensão, tratamos de cabines elétricas e principalmente, proteção indireta.  Mas o que seria essa proteção indireta e qual a sua relação com a proteção e seletividade para média e alta tensão?

                Primeiramente, uma proteção direta é o que normalmente encontramos na baixa tensão, onde temos um disjuntor, ligado em série ou em linha com os condutores de potência e este, por sua vez, possui todos os elementos necessários para se fazer a atuação da proteção (normalmente sobrecarga ou curto-circuito).  No caso da média ou alta tensão, devido as altas tensões envolvidas, é viável a realização de medições indiretas, que ocorrem com o uso de transformadores de corrente e tensão ligados na linha de potência, que coletam essas informações e as repassam para um equipamento que analisa estes dados de forma a comparar com valores já previamente configurados.

                O Estudo de Proteção e Seletividade é importante para prever e garantir que apenas os equipamentos mais próximos a falha elétrica sejam solicitados ao desligamento, evitando-se assim que outros circuitos não relacionados a falha sejam solicitados, causando desligamentos não programados e principalmente, desnecessários, causando custos extras e perca de produtividade.  Cabe ressaltar que os dados das instalações devem ser coletados previamente para a elaboração deste trabalho e posteriormente, para a programação dos reles de proteção.

                Mais comumente, vamos a necessidade da elaboração de um Estudo de Proteção Seletividade por exigência das concessionárias de energia elétrica para a realização de novas ligações, visto que com este material, eles podem fazer uma análise criteriosa de forma a garantir que se houver um evento elétrico, normalmente um curto-circuito na instalação, o dispositivo de proteção que irá desligar a alimentação será o desta instalação e não a proteção à montante da própria concessionária, o que implicaria no desligamento de outros consumidores que não tem nenhuma relação direta com o evento elétrico e podem ser prejudicados.

                Logo, neste caso, a elaboração de um Estudo de Proteção e Seletividade para média tensão é imprescindível para a energização ou aumento de demanda de novos fornecedores, porém, além deste serem elaborados dentro dos critérios da concessionária de energia elétrica, deve-se levar em consideração o padrão de apresentação destas informações, pois antes da ligação pela concessionária, esse estudo deve ser aprovado e o rele de proteção ou reles de proteção devem ser previamente parametrizados com os dados no Estudo de Proteção e Seletividade aprovado, caso contrário, há o risco da concessionária não efetuar a ligação ou no caso da aprovação do Estudo, a concessionária pode não aprovar o mesmo, causando um atraso no cronograma da energização da planta e consequentemente atrasos nas entregas dos equipamentos a serem energizados.